Archive for abril 2012

Não é o fim da linha

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Na partida de abertura da série dos playoffs da NBA contra o Philadelphia 76ers, na tarde do último sábado (28), os Bulls venceram o jogo, porém perdeu seu principal jogador do Chicago Bulls, Derrick Rose, que não deve jogar mais nenhum jogo da pós-temporada atual e muito menos os Jogos Olímpicos de Londres. De fato, uma situação preocupante, mas que não deve ser qualificada como o fim da linha para a equipe de Chicago como grande parte das pessoas vem fazendo.

Durante a temporada, os Bulls já jogaram diversas vezes sem a sua principal estrela, graças a contusões, por isso, mesmo que sem querer a franquia que consagrou Michael Jordan aprendeu a jogar sem Rose e isso é um bom sinal.

Ao todo, foram 27 jogos com 18 vitórias em jogos sem Rose na temporada regular. De fato, não são números nada alarmantes e que provoquem um desespero total dos torcedores dos Bulls.

Um fator que chama atenção é o fato de que sem o armador, o time de Chicago apresenta um desempenho defensivo melhor, realmente surpreendente. E isto apenas ressalta ainda mais que a situação não merece um desespero total. 

CJ Watson e John Lucas III foram responsáveis por substituir o MVP da última temporada por diversas vezes essa temporada. É óbvio que não apresentaram o mesmo desempenho de seu companheiro, mas não foram mal, mostrando que podem ser sim gratas surpresas.

Sem Rose, a coisa é realmente mais difícil. Mas, não acho certo falar que os Bulls já eram. Os motivos estão aí.

Dupla do barulho

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É inegável que o Indianapolis Colts possui uma das mais frágeis equipes da NFL. As saídas de Pierre Garçon, Anthony Gonzalez, Dallas Clark, Jacob Tamme e Joseph Addai só contribuem para o aumento dessa fragilidade. Por essas e outras, que em tempos de vacas magras, o time apostou muito no Draft para buscar reforçar sua equipe e foi na seleção dos jogadores universitários que o time fez uma das escolhas mais interessantes: o quarterback Andrew Luck e o tight end Coby Fleener foram os escolhidos.

A dupla havia brilhado na última temporada da NCAA jogando com a universidade de Stamford e agora poderão estar reeditando a parceria na NFL. Simplesmente fantástico!

Foi uma escolha pontual. Era evidente que as posições de tight end e de quarterback eram dois lugares que estavam completamente carentes nos Colts e a equipe já buscou trazer jogadores que em tese já tem certo entrosamento em si, ou seja, chegarão já podendo jogar o fino da bola.

Os números são excelentes. Fleener recebeu 96 passes para 1543 jardas e 18 touchdowns, recorde absoluto em sua equipe da universidade. Dono de um excelente porte físico, o melhor tight end do futebol americano universitário em 2012 é um grande recebedor de passes, tanto que já chegou a fazer a função de wide receiver. 

A saída de Peyton Manning deixou os Colts órfãos de um quarterback. E os donos da 1ª escolha do draft trataram logo de draftar Andrew Luck, uma das maiores promessas da posição de todos os tempos. Com um preparo físico invejável, o jogador já chega mais preparado que seus companheiros de posições vindo da universidade visto que a equipe de Stamford é uma das poucas que joga de maneira semelhante aos times da NFL.

Donos de uma parceria de sucesso na NCAA, Luck e Fleener tem a oportunidade de se reencontrarem na NFL. Épico, de fato. Agora, resta a expectativa e a ansiedade para ver o que esta dupla do barulho produzirá na tão poderosa liga profissional.

A seleção e o vôlei agradecem

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Ricardinho de volta à seleção: quem ganha é o vôlei...

Bernardinho atendeu o clamor popular. Estava quieto, não falou nada, soltou a pré-lista da seleção brasileira masculina de vôlei relativa à Liga Mundial e às Olimpíadas. Ricardinho estava nela. Poucos acreditavam que ele estaria na lista definitiva, porém, o treinador seguiu o ditado ("A voz do povo é a voz de Deus") e tomou a decisão mais sensata, decretando a volta do levantador à seleção.

Quem ficou de fora na posição de levantador, foi Marlon. Responsável por ser o reserva de Bruninho durante todo o ciclo olímpico, o jogador do RJX não fez uma boa temporada na equipe de Eike Batista. Em compensação, Ricardinho, mesmo com 37 anos, encantava os olhos dos amantes do vôlei mantendo uma regularidade enorme e colecionando jogadas de efeito no Vôlei Futuro.

Não há como negar. O capitão do ouro em 2004 é o levantador com maior capacidade em relação a todos os outros companheiros de posição. Frente a toda pressão, Bruninho vai muito bem, Marlon tem qualidade, Willian fez uma brilhante Superliga com o Cruzeiro, Rapha já vem a bastante tempo jogando bem no vôlei italiano. Contudo, nenhum tem a mesma genialidade de Ricardinho tanto que ele acaba por ser a principal fonte de inspiração dos demais jogadores.

O personagem principal da grade confusão no Pan de 2007, o levantador chega com respaldo e briga pra ser titular. Se irá jogar depende de Bernardinho. No entanto, é mais do que plausível que a presença de Ricardo tanto na Liga Mundial como na Olimpíada que é.

Em duas competições de tamanha importância, experiência conta muito, ainda mais nos Jogos de Londres. Isto que não conto o fato do jogador do Vôlei Futuro ser um grande gênio do vôlei e apresentar uma incrível capacidade de decidir jogos.

Ricardinho seria titular absoluto na seleção atual caso fosse técnico da seleção, esta é a maior dúvida, mas Bernardinho, de fato, deve testá-lo. Confusões antigas à parte, uma coisa é certa com todo esse caso de reconciliação quem ganhará é a seleção brasileira por poder contar com um atleta de tamanha qualidade e o vôlei mundial que terá um grande personagem para o espetáculo.

Diário de bordo

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Eu vi essa cena diretamente das arquibancadas do Adib Moyses Dib, podem ficar com inveja (Foto: Vipcomm)

Vocês bem sabe que eu sou um grande fã de vôlei e da equipe do Vôlei Futuro, que é o time da minha cidade. Bem, eu deixei de ir em dois jogos apenas aqui em Araçatuba, acompanhei praticamente todos e não poderia deixar de ir na final contra o Sada/Cruzeiro no que era o capítulo final da epopeia vôlei futurista na Superliga Masculina.

Bem, para que desse certo de eu ir a São Bernardo do Campo, a jornada começou muito antes da noite da última sexta-feira. Na segunda-feira passada (18), recebi a missão de ter que ficar sentado no ginásio em meio a várias pessoas por algumas horas afim de garantir uma vaga em um dos 35 ônibus cedidos pela diretoria do Vôlei Futuro para a final. Bem, passou 1, 2, 3, 4 horas (talvez foi mais, eu não me preocupei em contar) e consegui garantir a vaga no ônibus de número 11, ficando apenas a ansiedade exalando (#BoleragemStyle) para que chegasse sexta para a viagem.

Sexta-feira. 10 horas da noite, estádio lotado não para ver o jogo, mas para organizar a viagem. E lá se foram o ônibus 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 13 e 14. Até que chegou a vez do meu ônibus sair, demora oriunda do fato da pessoa responsável por organizar as coisas ter uma velocidade de Rubens Barrichello, até que perceberam que precisava de mais gente pra ajudar, mandaram mais e, enfim, ajeitaram as coisas e podemos sair para a viagem de pouco mais ou pouco menos 500 km.

Resumindo a viagem de ida em apenas uma letra:

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...

Sim, eu só dormi e não tenho nada a falar. Acordei somente nas proximidades de São Bernardo já com a organização dos ônibus para que chegássemos em comboio no ginásio com escolta da polícia.

Tudo organizado. 35 ônibus, polícia escoltando e eu estava me sentindo no melhor estilo VAI CURINTCHIA, ou seja, maloqueiro sofredor. Chegando nas proximidades do estádio, vimos a torcida organizada de futebol do Cruzeiro que no caso frequenta os jogos de vôlei e alguns poucos verdadeiros torcedores. 

Tudo já ajeitado. Entramos no ginásio Adib Moyses Dib, juntamente com minha família sentei bastante próximo da onde os profissionais de imprensa entravam e saíam, local perfeito para a diversão pré-jogo. O primeiro a passar foi a Leila, ex-jogadora e comentarista da Globo, chamei ela e ela não olhou. Depois, foi o narrador da Globo, Luiz Carlos Jr, e cornetei ele pelo fato dele sempre se posicionar contra o time do Vôlei Futuro:

"Ô Luiz Carlos, vê se não torce contra o Vôlei Futuro hoje não hein". Ele deu um sorrisinho amarelo e me mandou um joinha. Rápida observação: ele não seguiu minha orientação e torceu contra do mesmo jeito. 

Outro que passou lá perto e inclusive sentou perto deste humilde blogueiro foi Luziomar de Moura, técnico campeão da edição deste ano da Superliga Feminina com o Sollys/Osasco e que iria comentar o jogo pelo Esporte Interativo, logo estabeleci contato com ele:

"Ô Luziomar, é sacanagem viu... Vocês perdem a Hooker, contrata a Sheila e mais uma vez vocês vão ter um timaço. Tem que deixar de ser egoísta, deixa o Vôlei Futuro ganhar na próxima temporada". A resposta foi semelhante a do Luiz Carlos Jr, recebi um joinha e um sorriso, só que este não foi amarelo.

Enquanto o jogo não começava e a tensão seguia exalando (#BoleragemStyle 2), parei um pouco pra observar duas coisas. A primeira, é como a torcida de futebol do Cruzeiro não condiz com o vôlei, os cara tirou tudo a camiseta e estavam pulando igual animais, estragando aquele ambiente familiar e agradável que o vôlei tinha, mas tudo bem, até que eles se comportaram bem. A segunda, é como o André Henning, narrador do Esporte Interativo que estava fazendo o pré-jogo lá perto da onde estava, parece com o Dobby do Harry Potter, mas bem, deixa isso pra lá.

Até que chegou a hora. O jogo começou. E logo no começo tivemos um dos mais épicos momentos da partida, Camejo, ponta do Vôlei Futuro, balançou a rede (lembrando que estamos falando de vôlei, ou seja, entenda isso da forma que está escrito, já que não tem como fazer gol no vôlei e se aproveitar do sentido denotativo da palavra) e comemorou de frente pros jogadores do Cruzeiro, começando o pau. Lorena, nosso tão querido maluco-beleza, foi pro lado cruzeirense da quadra com o intuito de resolver o problema da forma antiga, até que para minha tristeza visto que estava louco pra ver o pau comer, o juiz apartou a briga e deu cartão amarelo pros jogadores.

Com os nervos já acalmados, voltamos a ter um jogo de vôlei e o primeiro set foi do Vôlei Futuro. No segundo set, o Cruzeiro venceu. E no terceiro, aconteceu o mais drástico momento da partida, o MITO Lorena caiu na quadra, começou a chorar de dor, sim, o principal jogador da equipe araçatubense foi obrigado a sair e assim desestabilizou tudo, dando plenas condições para os cruzeirenses vencerem, o que realmente ocorreu.

Vitória justa e merecida do time que é o mais entrosado e acertado da Superliga. Realmente, os mineiros jogaram mais, foram melhores do que o Vôlei Futuro, que teve a infelicidade ocorrida com Lorena, e ficaram com o título, graças a um equilíbrio fantástico do time.

Restava a viagem de volta. E o Vôlei Futuro ter perdido é o de menos, o que com certeza ficou é a paixão pelo esporte e a diversão da viagem.

Observação final: a viagem de volta foi tão chata que nem vou falar nada.

Ah, o povo americano...

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Toda vez que olhava para a figura do venezuelano Ozzie Guillen, treinador do Miami Marlins na MLB, sempre me via a mente aquela figura de latino doidão, que ama Che Guevara e cia, odeia o capitalismo e tem amigos traficantes (profissão que muitas vezes é exercida pelos latinos doidões), mas bem, isso não vem a caso. O que me faz vir aqui (depois de um longo período parado) é para falar da punição que Guillen levou por elogiar Fidel Castro. 

O técnico declarou a frase: "Eu amo Fidel Castro". Isso em uma entrevista a conceituada revista Time. Vale ressaltar que ele disse essa frase nos Estados Unidos e lá nada relacionado a Cuba e muito menos a Fidel Castro pega bem. Consequência disso tudo: os americanos difamando o treinador do clube de Miami, latinos que vivem na região da sede da equipe idolatrando-o, imprensa se posicionando de certa maneira contra, resumindo, aconteceu o maior fuzuê. Buscando se manter bem com a massa nacionalista norte-americana, a diretoria do Marlins suspendeu Guillen por 5 jogos.

Essa suspensão fez recair uma coisa sobre a minha cabeça: cadê a liberdade de expressão?

Tudo bem que o venezuelano tem que entender as circunstâncias do local onde trabalha e que tinha condições da confusão que armaria antes de falar, mas, o país é livre, todo mundo fala o que quiser, aonde quiser, a hora que quiser.

Um exemplo, eu sou brasileiro, jogo em um time de futebol do país, de repente, de uma hora pra outra, vou dar entrevista pra uma revista e digo: "Eu amo Maradona". Eu não fiz nada de errado no serviço, extra-campo falei algo que não pega bem no Brasil, pode ser falta de ética, no entanto, estou no direito de falar o que quiser e não é justo ser punido por isso.

Ozzie Guillen não fez nada de errado no serviço, vai começando agora a temporada da MLB frente ao comando do time e ainda está se consolidando. Por isso, não adianta ser queimado por uma declaração que vai contra os princípios políticos dos tão patrióticos norte-americanos.