Sonho de garoto

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Copa Davis é a competição mais legal que existe em todo o âmbito do tênis mundial, mas isso não vem ao caso. O que importa é que comecei a me interessar pelo esporte por causa de tal competição. Cresci vendo Guga, Flávio Saretta e Ricardo Melo buscando levar o Brasil para o grupo mundial, porém, todas as tentativas em vão.

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que parei para acompanhar o Brasil na Davis. O ano era 2006. Tinha 9 anos de idade, não tinha muita noção da coisa. Começava a pegar gosto pelo esporte ainda mais porque desde pequeno pratico tal modalidade. Tudo isso por influência de meu pai, grande fanático por tênis.

Mas bem, a verdade é que já nessa época o Sportv detinha os direitos de transmissão dos principais campeonatos, inclusive da Copa Davis, e em casa ainda não havia tal canal na grade da operadora de TV que assinávamos. Meu pai, bastante fanático, costumava acompanhar tudo por tempo real em sites como Terra e UOL, nunca procurei entender nem saber o porque dele passar horas atualizando aquele placar sempre torcendo sem ao menos ver uma imagem da partida.

Até que em um dia decidi parar e perguntar o que era aquilo lá e o que significava tudo. Meu progenitor com toda calma do mundo parou pra me explicar toda a situação do Brasil na Davis, explicou a competição, falou de como funcionava e que era preciso ganhar aquele jogo contra a Suécia. Acabei me interessando. Puxei uma cadeira e sentei do lado dele pra acompanhar aquele placar.

E lá estávamos eu e ele gritando, batendo palmas, torcendo sem ao menos ver o jogo. Era algo indescritível, mais do que emocionante.

Lembro da decepção em ter visto o Brasil ter perdido para a Suécia naquele ano de 2006. Comecei a acompanhar e logo de cara uma decepção, só que peguei gosto pela coisa e esperava ansiosamente por mais jogos da equipe brasileira na Davis. E quando havia, era certeza lá estava eu e meu pai na frente do computador vibrando com a transmissão em tempo real.

Passou 2006, veio 2007 e derrota pra Áustria. Em 2008, o revés foi contra a Croácia. Eis que chega 2009, o sorteio aponta um confronto diante do mediano Equador em casa, para completar havia assinado o Sportv, logo de cara eu e meu pai já pensamos: esse ano acaba o calvários. Sentamos juntos para acompanhar a partida, só que nossa expectativa de vitória se foi, restou o consolo, parecia que o dia que o Brasil ia voltar para o Grupo Mundial da Copa Davis nunca ia chegar, ainda mais quando, em 2010, Belucci e cia perderam para a Índia.

2011. Uma manhã de domingo. Brasil encarava a Rússia na briga por uma vaga no grupo de elite da Davis. Mais uma vez, eu e meu pai juntos torcendo. Sabíamos que era difícil uma vitória, mas estávamos confiante. O jogo da vez era entre Bellucci e Youzhny. Um triunfo de Thomáz levava a equipe tupiniquim de volta para o alto patamar da Davis.

Não colocávamos fé no brasileiro, mas ele jogou demais (provavelmente uma das melhores atuações que já vi dele) e ele chegou a ter um match point, nos levantamos, nos abraçamos, sentimos que era hoje o dia, mas não foi. O russo ressuscitou, fechou o jogo e jogou fora nossas esperanças.

Chegou 2012. Mais uma vez jogo contra a Rússia. Sem o mesmo alarde, sem a mesma expectativa de todos os anos, tanto que eu e meu pai não paramos para acompanhar o jogo com o mesmo êxtase, até porque o jogo na tarde de sexta complicou os planos.

Sábado, 15 de setembro de 2012. Após duas vitórias no primeiro dia de disputa, basta Bruno Soares/Marcelo Mello confirmarem o favoritismo no jogo de duplas para garantir o Brasil de volta ao grupo mundial da Davis. 

Depois de estudar durante a tarde inteira, paro pra fazer um lanche, ligo a TV, brasileiros a dois pontos de se garantir no Grupo Mundial da Davis, dessa vez vejo o jogo sozinho, tudo o que foi relatado nesse texto começa a passar na minha cabeça, não consigo segurar a emoção, bola pra fora do russo. Acabou o jogo. Brasil de volta ao Grupo Mundial da Davis. Não consigo acreditar. Começo a andar pela casa. A ficha não cai de forma alguma.

Meu sonho de garoto se realizou. Não vi o jogo inteiro, não vi com meu pai. Mas vi o último ponto, vivi todo esse sofrimento, toda essa espera. Hoje é o dia. Nada mais importa. O Brasil está de volta a elite do tênis mundial.

Visando 2016, 2020 e o futuro do esporte brasileiro

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Nesta sexta-feira, popularmente conhecida como o dia de amanhã, haverá o início do primeiro Campeonato Mundial Júnior de Maratona Aquática a ser sediado no Canadá. O Brasil terá representante nas duas categorias da competição: a júnior, destinada para atletas entre 17 e 18 anos, e a juvenil, que reúne nadadores de 14 a 16 anos. Hei de se ressaltar que a competição é aberta tanto para garotos como também para garotas.

Mas bem, o que vem a caso é que já será possível ver alguns potenciais nomes que poderão brigar por um resultado seja nas Olimpíadas de 2016 como nas de 2020 e isso é o que faz com que a atenção se volte para um evento que em si não traz muitos atrativos.

Um bom desempenho, sobretudo, na categoria júnior já deverá deixar claro que alguns atletas possuem um potencial grande e merecem ser olhados de maneira diferente porque é muito provável que eles venham brigar por uma vaga nos Jogos de 2016 e possam vir ainda mais forte para 2020. 

Enquanto isso, os da categoria juvenil podem se credenciar a surpreender cada vez mais e quem sabe chegar bem para 2016, no entanto, o mais plausível é que tendem a brigar por uma vaga e, quem sabe, uma medalha quanto aos Jogos de 2020.

Chegar aqui e já falar quanto a preparação para 2016 e 2020 parece exagero. Mas não é. Se o Brasil pretende um dia ser uma potência olímpica precisar dar atenção para a base e já prestar atenção em nomes que já começam a evidenciar certa qualidade. Por isso, nada mais justo do que manter os olhos em competições destinadas em jovens seja já pensando em 2016, 2020 ou apenas no futuro do esporte brasileiro.

Representantes brasileiros na competição

Categoria Juvenil: Rodrigo Corrêa, Giovanny Lima, Mariana de Souza e Nicole Ribas
Categoria Júnior: Diogo Andrade Villarinho, Matheus Isidro, Gabriela Cordeiro e Gabriela Rocha

Calendário de provas

Sexta-feira (17/08): Júnior - Masculino e Juvenil - Feminino
Sábado (18/08): Juvenil - Masculino e Júnior - Feminino 
Domingo (19/08): Juvenil - Por Equipes e Júnior - Por Equipes

Decepcionante

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Ueno e Emane lutam pelo título do Mundial de 2011. Perdemos a chance de ver uma reedição do épico combate nos Jogos Olímpicos

Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

Quem gosta e acompanha judô com certeza vai se lembrar da épica final do Mundial de 2011 na categoria até 63 quilos feminina. Pela final do Mundial de 2011 realizado em Paris, a japonesa Yoshie Ueno e a francesa Gevrisie Emane travaram um combate fora de série que acabou sendo decidido no golden score e contou com triunfo da lutadora da França. Na hora do pódio, Emane foi as lágrimas para comoção geral dos franceses extasiados com a glória de sua atleta.

Além do tão épico combate, as judocas já se enfrentaram em outras três oportunidades e todas tiveram vitória da francesa. Contudo, isso tudo não deixa um certo ar de rivalidade no confronto e, claro, passa ansiedade aos fãs da modalidade, afinal, apesar da freguesia, Ueno foi campeã mundial em 2009 e 2010, creditando a ela a condição de favorita em qualquer competição que entre.

As Olimpíadas tendiam a ser a chance para a judoca japonesa, enfim, vencer e conquistar a maior glória para um esportista, o que valeria muito no histórico dos confrontos. Por isso, uma das categorias mais cercada de expectativas era a até 63 quilos feminina, tudo isso em função desse tão aguardado confronto.

A final entre Ueno e Emane era algo mais tido como mais do que certo. Tanto que muitos esqueceram que atletas com a capacidade de surpreender na prova. E esse oba-oba aparenta ter atrapalhado, graças ao fato de que nada deu certo e os fãs de judô vão ter que esperar mais para ver este grande clássico da modalidade.

A francesa foi eliminada nas 4ªs de final da mesma forma que se consagrou campeã do mundo: por um golpe no golden score. A japonesa caiu na mesma fase e nem na repescagem elas tiveram como se reencontrar, deixando os fãs do judô bastante decepcionados.

A medalha de bronze que ambas conquistaram serve como prêmio de consolação, embora, todos nós sabemos que caberia muito bem o ouro e a prata no peito delas, porque é evidente que Urska Zolnir, a medalhista de ouro, está um degrau abaixo de ambas tanto que em todas as outras competição ela sempre se manteve atrás da japonesa e da francesa, mesmo que colecionasse bons resultados.

Sem querer desvalorizar a final entre a chinesa Xu e a eslovaca Zolnir no entanto, foi decepcionante não podermos ver a reedição de um dos mais épicos confrontos dos últimos tempos.

Como consolo aos fãs do judô, não custa nada rever a final do Mundial de 2011:

Entrevista: Fabiana Beltrame

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Principal expoente do remo feminino no Brasil, Fabiana Beltrame vem colecionando glórias no esporte, que ainda carece de apoio em nosso querido país. Contudo, a remadora já vem batalhando há um bom tempo e colhe os frutos desde o ano de 2004, quando sagrou-se a primeira atleta brasileira a disputar a modalidade em uma Olimpíadas.

Ano passado, Beltrame sagrou-se campeã mundial na categoria skiff simples leve, título inédito ao esporte brasileiro. Contudo, a categoria que conseguiu sua glória máxima, infelizmente, não faz parte do cronograma olímpico. Mas, apesar deste fato, a atleta já garantiu vaga nos próximos Jogos Olímpicos na categoria skiff duplo leve, confirmando sua tamanha qualidade.

De maneira muito gentil, Fabiana aceitou conceder uma entrevista por email ao blog. Veja abaixo o papo com a grande musa do remo nacional:

Negrito: Felipe Ferreira (Blog Território Esportivo)
Normal: Fabiana Beltrame


1- O remo não é um dos esportes tão populares no Brasil e carece de um grande apoio. Quando e como veio a ideia de seguir a carreira em tal esporte como profissional?
Comecei a remar em 97, no Clube Náutico Francisco Martinelli, em Florianópolis, só de brincadeira, porque sempre gostei de praticar esportes. Mas a brincadeira começou a ficar mais séria, depois que competi meu primeiro campeonato brasileiro e venci. A partir dali meus objetivos no esporte foram crescendo, assim como meus treinamentos.

2- Em 2004, você conquistou o feito de ser a primeira remadora brasileira a disputar os Jogos Olímpicos e ainda de quebra conseguiu uma grande 14ª colocação. Qual o sentimento de ter conseguido estas duas grandes conquistas?
Fiquei muito orgulhosa das minhas conquistas. Foi a partir dali que me tornei uma referência no remo e o esporte apareceu bastante na época. Fiquei feliz em poder ajudar na divulgação dessa modalidade tão bonita.

3- No ano de 2008, mais uma vez, você garantiu vaga nas Olímpiadas. Visto que já estava mais madura, a esperança em relação a um resultado ainda melhor do que o de 4 anos atrás era grande, porém, acabou por vir a 19ª colocação, boa posição, porém, pior em relação ao desempenho dos Jogos em Atenas. O que achal que faltou para ter ido melhor em Pequim?
A preparação foi muito ruim. Até alguns meses antes dos Jogos, eu estava bem. Depois a Confederação Brasileira nos levou ao Pico das Agulhas Negras para fazer um treinamento de altitude por três semanas, logo antes dos jogos, numa temperatura de -10ª C, quando na China estava mais de 40ºC. Além de termos remado apenas algumas vezes na água. Foi uma catástrofe...

4- Após um ano sem competir em função da gravidez, sua volta se deu no ano de 2010. Neste período, você acabou por perder peso e passar da categoria pesado para a leve, acredita que este fator tenha sido fundamental para os mais recentes grandiosos resultados?
Com certeza, na categoria peso leve me tornei mais competitiva. Para a categoria aberta, eu era muito leve em comparação as minhas adversárias, já na atual categoria, a disputa ficou mais justa, por que todas competem com o mesmo peso.

5- Assim que voltou às competições em 2010, logo conseguiu um brilhante 3° lugar em uma etapa da Copa do Mundo e um sensacional 4° lugar no Mundial, onde ficou a apenas 13 centésimos de subir ao pódio. Era esperado obter tão grandiosos resultados após ter ficado este tempo afastada do esporte?
Realmente não esperava. A medalha na Copa do Mundo em 2010 foi uma surpresa muito grande e me deu mais motivação a continuar nessa categoria, pois vi que era possível conquistar resultados inéditos para o remo do Brasil.

6- O ano de 2011 foi muito marcante para sua carreira ao conseguir mais um feito inédito para o remo brasileiro. No Mundial, você acabou por conquistar a medalha de ouro, resultado simplesmente espetacular. Considera que esta medalha ajudou a dar um alavanque maior não só a sua carreira, como também para o seu esporte?
Acho que depois dessa conquista, o remo apareceu muito mais do que costumava aparecer. Agora sou vista como uma promessa de medalha nos Jogos Olímpicos, apesar de eu achar que está muito cedo pra pensar nisso.

7- A categoria que você conquistou suas maiores glórias recentes foi o single skiff peso-leve, no entanto, tal categoria não integra o cronograma olímpico. Em Londres, você disputará o double skiff peso-leve juntamente com Luana Bartholo. Como está sua adaptação a nova categoria? Quais as expectativas para os Jogos?
Estamos treinando muito para conquistar mais um bom resultado, mas ainda não podemos falar em medalha, porque somos uma formação muito nova e a Luana está apenas estreando na seleção brasileira. Ainda estou me acostumando a remar com outra pessoa, porque a maior parte da minha carreira competi sozinha, mas acredito que estamos evoluindo a cada treino e se continuarmos juntas, podemos pensar numa medalha aqui no Brasil em 2016.

8- Já têm em mente quais deverão ser suas principais adversárias na briga por uma medalha nos Jogos de Londres?
Acredito que todos os países são nossos adversários diretos, por que lá estão os melhores do mundo. Mas em minha opinião, as favoritas a medalha são Grécia, Inglaterra e Canadá. Mas de uma forma geral, todos os países europeus são muito fortes.

9- Você leva o status de musa do remo. Gosta dele? Acha que ajuda a divulgar mais seu trabalho?
Acho que faz bem para o ego e também ajuda a divulgar o esporte e acabar com o restinho de preconceito que ainda tem, de o remo ser um esporte masculino. Acho que inspira outras mulheres a também praticarem.

10- O que acha que falta para que o remo traga mais glórias e seja mais popular no Brasil?
O que falta é organização e planejamento a longo prazo, investimento na categorias de base, assim como aconteceu com o volei.

11- Muito obrigado pela entrevista! Peço que deixe um recado aos leitores do blog.
Gostaria de convidar a todos pra torcerem muito pelo Brasil nos jogos Olímpicos, especialmente o remo. Nós estamos treinando bastante para dar muito orgulho para todos os brasileiros!

Dobradinha em Londres?

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A cada ano que passa, a natação brasileira vem crescendo cada vez mais. A geração liderada por César Cielo já enxerga novos nomes surgirem e com a capacidade de brilhar no cenário internacional. O Mundial realizado em 2011 evidenciou bem isso visto que na prova dos 50m livre, o mundo viu outro grande nome conseguindo obter certo destaque junto com Cielo: Bruno Fratus.

Passou-se 2011. Entrou 2012, ano olímpico. Fratus vem crescendo cada vez mais, aumentando cada vez mais as expectativas para os Jogos de Londres, fazendo com que até possamos pensar em uma possível dobradinha na prova mais rápida da natação, o que seria simplesmente fantástico.

O Troféu Maria Lenk, principal competição da natação brasileira, deste ano, serviu para aumentar expectativas e ressaltar muito bem a capacidade tanto de Cesão como de Fratus para brigar por uma medalha em Londres.

No torneio, Cielo foi um monstro. Cravou 21s38, melhor tempo do ano nos 50m livre e melhor tempo do atleta sem maiôs tecnológicos. Tal tempo é simplesmente fantástico. Tanto que é mais de 3 centésimos mais rápido que o segundo melhor tempo do ano, vantagem enorme para uma prova de tamanha velocidade. De fato, se ele chegar bem nas Olimpíadas será complicadíssimo tirar o ouro dele.

Fratus vem surpreendendo bastante o mundo da natação e o Maria Lenk mostrou que de fato ele tem fortes chances de brigar por medalha nos Jogos. Na competição, Bruno nadou 21s70 e 21s76, dois bons tempos e que ressaltam um crescimento interessante já que nadar abaixo dos 22s sem maiô tecnológico já é um grande resultado. Mesmo que seu tempo seja o 2° melhor do ranking mundial, acho que para medalha em Londres terá que nadar abaixo disso e condições para isso o atleta vai mostrando que tem.

O momento da natação brasileiro é excelente. Nunca o Brasil esteve tão servido em uma prova, como está hoje nos 50m livre. Resta a ansiedade para ver se teremos uma dobradinha em Londres. Seria simplesmente fantástico!

Não é o fim da linha

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Na partida de abertura da série dos playoffs da NBA contra o Philadelphia 76ers, na tarde do último sábado (28), os Bulls venceram o jogo, porém perdeu seu principal jogador do Chicago Bulls, Derrick Rose, que não deve jogar mais nenhum jogo da pós-temporada atual e muito menos os Jogos Olímpicos de Londres. De fato, uma situação preocupante, mas que não deve ser qualificada como o fim da linha para a equipe de Chicago como grande parte das pessoas vem fazendo.

Durante a temporada, os Bulls já jogaram diversas vezes sem a sua principal estrela, graças a contusões, por isso, mesmo que sem querer a franquia que consagrou Michael Jordan aprendeu a jogar sem Rose e isso é um bom sinal.

Ao todo, foram 27 jogos com 18 vitórias em jogos sem Rose na temporada regular. De fato, não são números nada alarmantes e que provoquem um desespero total dos torcedores dos Bulls.

Um fator que chama atenção é o fato de que sem o armador, o time de Chicago apresenta um desempenho defensivo melhor, realmente surpreendente. E isto apenas ressalta ainda mais que a situação não merece um desespero total. 

CJ Watson e John Lucas III foram responsáveis por substituir o MVP da última temporada por diversas vezes essa temporada. É óbvio que não apresentaram o mesmo desempenho de seu companheiro, mas não foram mal, mostrando que podem ser sim gratas surpresas.

Sem Rose, a coisa é realmente mais difícil. Mas, não acho certo falar que os Bulls já eram. Os motivos estão aí.

Dupla do barulho

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É inegável que o Indianapolis Colts possui uma das mais frágeis equipes da NFL. As saídas de Pierre Garçon, Anthony Gonzalez, Dallas Clark, Jacob Tamme e Joseph Addai só contribuem para o aumento dessa fragilidade. Por essas e outras, que em tempos de vacas magras, o time apostou muito no Draft para buscar reforçar sua equipe e foi na seleção dos jogadores universitários que o time fez uma das escolhas mais interessantes: o quarterback Andrew Luck e o tight end Coby Fleener foram os escolhidos.

A dupla havia brilhado na última temporada da NCAA jogando com a universidade de Stamford e agora poderão estar reeditando a parceria na NFL. Simplesmente fantástico!

Foi uma escolha pontual. Era evidente que as posições de tight end e de quarterback eram dois lugares que estavam completamente carentes nos Colts e a equipe já buscou trazer jogadores que em tese já tem certo entrosamento em si, ou seja, chegarão já podendo jogar o fino da bola.

Os números são excelentes. Fleener recebeu 96 passes para 1543 jardas e 18 touchdowns, recorde absoluto em sua equipe da universidade. Dono de um excelente porte físico, o melhor tight end do futebol americano universitário em 2012 é um grande recebedor de passes, tanto que já chegou a fazer a função de wide receiver. 

A saída de Peyton Manning deixou os Colts órfãos de um quarterback. E os donos da 1ª escolha do draft trataram logo de draftar Andrew Luck, uma das maiores promessas da posição de todos os tempos. Com um preparo físico invejável, o jogador já chega mais preparado que seus companheiros de posições vindo da universidade visto que a equipe de Stamford é uma das poucas que joga de maneira semelhante aos times da NFL.

Donos de uma parceria de sucesso na NCAA, Luck e Fleener tem a oportunidade de se reencontrarem na NFL. Épico, de fato. Agora, resta a expectativa e a ansiedade para ver o que esta dupla do barulho produzirá na tão poderosa liga profissional.

A seleção e o vôlei agradecem

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Ricardinho de volta à seleção: quem ganha é o vôlei...

Bernardinho atendeu o clamor popular. Estava quieto, não falou nada, soltou a pré-lista da seleção brasileira masculina de vôlei relativa à Liga Mundial e às Olimpíadas. Ricardinho estava nela. Poucos acreditavam que ele estaria na lista definitiva, porém, o treinador seguiu o ditado ("A voz do povo é a voz de Deus") e tomou a decisão mais sensata, decretando a volta do levantador à seleção.

Quem ficou de fora na posição de levantador, foi Marlon. Responsável por ser o reserva de Bruninho durante todo o ciclo olímpico, o jogador do RJX não fez uma boa temporada na equipe de Eike Batista. Em compensação, Ricardinho, mesmo com 37 anos, encantava os olhos dos amantes do vôlei mantendo uma regularidade enorme e colecionando jogadas de efeito no Vôlei Futuro.

Não há como negar. O capitão do ouro em 2004 é o levantador com maior capacidade em relação a todos os outros companheiros de posição. Frente a toda pressão, Bruninho vai muito bem, Marlon tem qualidade, Willian fez uma brilhante Superliga com o Cruzeiro, Rapha já vem a bastante tempo jogando bem no vôlei italiano. Contudo, nenhum tem a mesma genialidade de Ricardinho tanto que ele acaba por ser a principal fonte de inspiração dos demais jogadores.

O personagem principal da grade confusão no Pan de 2007, o levantador chega com respaldo e briga pra ser titular. Se irá jogar depende de Bernardinho. No entanto, é mais do que plausível que a presença de Ricardo tanto na Liga Mundial como na Olimpíada que é.

Em duas competições de tamanha importância, experiência conta muito, ainda mais nos Jogos de Londres. Isto que não conto o fato do jogador do Vôlei Futuro ser um grande gênio do vôlei e apresentar uma incrível capacidade de decidir jogos.

Ricardinho seria titular absoluto na seleção atual caso fosse técnico da seleção, esta é a maior dúvida, mas Bernardinho, de fato, deve testá-lo. Confusões antigas à parte, uma coisa é certa com todo esse caso de reconciliação quem ganhará é a seleção brasileira por poder contar com um atleta de tamanha qualidade e o vôlei mundial que terá um grande personagem para o espetáculo.

Diário de bordo

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Eu vi essa cena diretamente das arquibancadas do Adib Moyses Dib, podem ficar com inveja (Foto: Vipcomm)

Vocês bem sabe que eu sou um grande fã de vôlei e da equipe do Vôlei Futuro, que é o time da minha cidade. Bem, eu deixei de ir em dois jogos apenas aqui em Araçatuba, acompanhei praticamente todos e não poderia deixar de ir na final contra o Sada/Cruzeiro no que era o capítulo final da epopeia vôlei futurista na Superliga Masculina.

Bem, para que desse certo de eu ir a São Bernardo do Campo, a jornada começou muito antes da noite da última sexta-feira. Na segunda-feira passada (18), recebi a missão de ter que ficar sentado no ginásio em meio a várias pessoas por algumas horas afim de garantir uma vaga em um dos 35 ônibus cedidos pela diretoria do Vôlei Futuro para a final. Bem, passou 1, 2, 3, 4 horas (talvez foi mais, eu não me preocupei em contar) e consegui garantir a vaga no ônibus de número 11, ficando apenas a ansiedade exalando (#BoleragemStyle) para que chegasse sexta para a viagem.

Sexta-feira. 10 horas da noite, estádio lotado não para ver o jogo, mas para organizar a viagem. E lá se foram o ônibus 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 13 e 14. Até que chegou a vez do meu ônibus sair, demora oriunda do fato da pessoa responsável por organizar as coisas ter uma velocidade de Rubens Barrichello, até que perceberam que precisava de mais gente pra ajudar, mandaram mais e, enfim, ajeitaram as coisas e podemos sair para a viagem de pouco mais ou pouco menos 500 km.

Resumindo a viagem de ida em apenas uma letra:

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...

Sim, eu só dormi e não tenho nada a falar. Acordei somente nas proximidades de São Bernardo já com a organização dos ônibus para que chegássemos em comboio no ginásio com escolta da polícia.

Tudo organizado. 35 ônibus, polícia escoltando e eu estava me sentindo no melhor estilo VAI CURINTCHIA, ou seja, maloqueiro sofredor. Chegando nas proximidades do estádio, vimos a torcida organizada de futebol do Cruzeiro que no caso frequenta os jogos de vôlei e alguns poucos verdadeiros torcedores. 

Tudo já ajeitado. Entramos no ginásio Adib Moyses Dib, juntamente com minha família sentei bastante próximo da onde os profissionais de imprensa entravam e saíam, local perfeito para a diversão pré-jogo. O primeiro a passar foi a Leila, ex-jogadora e comentarista da Globo, chamei ela e ela não olhou. Depois, foi o narrador da Globo, Luiz Carlos Jr, e cornetei ele pelo fato dele sempre se posicionar contra o time do Vôlei Futuro:

"Ô Luiz Carlos, vê se não torce contra o Vôlei Futuro hoje não hein". Ele deu um sorrisinho amarelo e me mandou um joinha. Rápida observação: ele não seguiu minha orientação e torceu contra do mesmo jeito. 

Outro que passou lá perto e inclusive sentou perto deste humilde blogueiro foi Luziomar de Moura, técnico campeão da edição deste ano da Superliga Feminina com o Sollys/Osasco e que iria comentar o jogo pelo Esporte Interativo, logo estabeleci contato com ele:

"Ô Luziomar, é sacanagem viu... Vocês perdem a Hooker, contrata a Sheila e mais uma vez vocês vão ter um timaço. Tem que deixar de ser egoísta, deixa o Vôlei Futuro ganhar na próxima temporada". A resposta foi semelhante a do Luiz Carlos Jr, recebi um joinha e um sorriso, só que este não foi amarelo.

Enquanto o jogo não começava e a tensão seguia exalando (#BoleragemStyle 2), parei um pouco pra observar duas coisas. A primeira, é como a torcida de futebol do Cruzeiro não condiz com o vôlei, os cara tirou tudo a camiseta e estavam pulando igual animais, estragando aquele ambiente familiar e agradável que o vôlei tinha, mas tudo bem, até que eles se comportaram bem. A segunda, é como o André Henning, narrador do Esporte Interativo que estava fazendo o pré-jogo lá perto da onde estava, parece com o Dobby do Harry Potter, mas bem, deixa isso pra lá.

Até que chegou a hora. O jogo começou. E logo no começo tivemos um dos mais épicos momentos da partida, Camejo, ponta do Vôlei Futuro, balançou a rede (lembrando que estamos falando de vôlei, ou seja, entenda isso da forma que está escrito, já que não tem como fazer gol no vôlei e se aproveitar do sentido denotativo da palavra) e comemorou de frente pros jogadores do Cruzeiro, começando o pau. Lorena, nosso tão querido maluco-beleza, foi pro lado cruzeirense da quadra com o intuito de resolver o problema da forma antiga, até que para minha tristeza visto que estava louco pra ver o pau comer, o juiz apartou a briga e deu cartão amarelo pros jogadores.

Com os nervos já acalmados, voltamos a ter um jogo de vôlei e o primeiro set foi do Vôlei Futuro. No segundo set, o Cruzeiro venceu. E no terceiro, aconteceu o mais drástico momento da partida, o MITO Lorena caiu na quadra, começou a chorar de dor, sim, o principal jogador da equipe araçatubense foi obrigado a sair e assim desestabilizou tudo, dando plenas condições para os cruzeirenses vencerem, o que realmente ocorreu.

Vitória justa e merecida do time que é o mais entrosado e acertado da Superliga. Realmente, os mineiros jogaram mais, foram melhores do que o Vôlei Futuro, que teve a infelicidade ocorrida com Lorena, e ficaram com o título, graças a um equilíbrio fantástico do time.

Restava a viagem de volta. E o Vôlei Futuro ter perdido é o de menos, o que com certeza ficou é a paixão pelo esporte e a diversão da viagem.

Observação final: a viagem de volta foi tão chata que nem vou falar nada.

Ah, o povo americano...

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Toda vez que olhava para a figura do venezuelano Ozzie Guillen, treinador do Miami Marlins na MLB, sempre me via a mente aquela figura de latino doidão, que ama Che Guevara e cia, odeia o capitalismo e tem amigos traficantes (profissão que muitas vezes é exercida pelos latinos doidões), mas bem, isso não vem a caso. O que me faz vir aqui (depois de um longo período parado) é para falar da punição que Guillen levou por elogiar Fidel Castro. 

O técnico declarou a frase: "Eu amo Fidel Castro". Isso em uma entrevista a conceituada revista Time. Vale ressaltar que ele disse essa frase nos Estados Unidos e lá nada relacionado a Cuba e muito menos a Fidel Castro pega bem. Consequência disso tudo: os americanos difamando o treinador do clube de Miami, latinos que vivem na região da sede da equipe idolatrando-o, imprensa se posicionando de certa maneira contra, resumindo, aconteceu o maior fuzuê. Buscando se manter bem com a massa nacionalista norte-americana, a diretoria do Marlins suspendeu Guillen por 5 jogos.

Essa suspensão fez recair uma coisa sobre a minha cabeça: cadê a liberdade de expressão?

Tudo bem que o venezuelano tem que entender as circunstâncias do local onde trabalha e que tinha condições da confusão que armaria antes de falar, mas, o país é livre, todo mundo fala o que quiser, aonde quiser, a hora que quiser.

Um exemplo, eu sou brasileiro, jogo em um time de futebol do país, de repente, de uma hora pra outra, vou dar entrevista pra uma revista e digo: "Eu amo Maradona". Eu não fiz nada de errado no serviço, extra-campo falei algo que não pega bem no Brasil, pode ser falta de ética, no entanto, estou no direito de falar o que quiser e não é justo ser punido por isso.

Ozzie Guillen não fez nada de errado no serviço, vai começando agora a temporada da MLB frente ao comando do time e ainda está se consolidando. Por isso, não adianta ser queimado por uma declaração que vai contra os princípios políticos dos tão patrióticos norte-americanos.